Quantos tombos ainda são necessários, menina, para que aprenda que não pode voar? De quais corações partidos ainda precisa, só para solitária não se ver, ser? Anda por aí, muda como sinos de uma igreja abandonada, que rogam por um sopro, um toque. "Só preciso de alguém que sinta!"
Em que esquina dobrada ficou sua alma? Onde foi parar o seu coração? Por que ainda insiste nessa mania doentia, sádica, de amar? Correspondência é para quem conhece o endereço, quem sabe as manhas de chegar. Fica parada no escuro, sorrateira, como sombra ao entardecer, que desaparece sem alarde.
Segue teu caminho. Sem desvios ou atalhos, cumpre o papel a que te destina a vida… Soberba! Não percebe que o ato principal já está encenado? Sobraram apenas os cantos. Coadjuvante da própria peça! "Que ironia… Que disparate!" Volta no tempo, regressa ao ponto perdido, maculado por sua ganância em ser adorada, amada.
Ausência de brilho no olhar, semblante de quem já lutou (e perdeu) muitas batalhas. Fraqueza é consequência de quem parte. Já dizia o poeta: “Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha, mas não nos deixa só. Deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós!”
Fique, menina! Só dessa vez. Mais um pouco. Um instante. Não parta:
Nós!
(Viviam Baddini)
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