sábado, 25 de janeiro de 2014

Uníssono

Amores rompidos
Crueldade velada de boa-fé.

Acordou com aquela sensação, aquele amargo na boca de quem sabe que o dia vai ser estranho.

— Ficarei aqui até a nova aurora. Que não mate meus anseios ao despontar da claridade!

A vida passa em silêncio.

Lado a lado, todos os dias, em uníssono viram a esquina. O soar dos passos, o ecoar dos pensamentos. Brutal abismo que separa os corpos.

Ele mira o céu, procurando, entre as nuvens, as estrelas pela luz do sol encobertas. Ela fita o chão, contando passos, pulando imperfeições, vigiando atentamente cada traço de seu caminho.

Seus olhares, perdidos pelo tempo, desencontrados.

Abrupto, como soar de metal que cai no ladrilho em madrugada silente, seus braços se esbarram, vidas se cruzam, olhos deslizam para dentro da alma.

Esquece
O chão, o céu,
Estrelas,
Imperfeições,
Vazios…
Caminhos.
Corpos que se unem…
Combustão!

Olhos cerrados no eclipse de um beijo.

(Viviam Baddini)

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