sábado, 25 de janeiro de 2014

O dia que não devia acordar

O luto é a vida após a morte.
Querer viver, mesmo a sete palmos do chão.
O coração. Perdido entre arbustos e terra.
Grama e madeira.
Injusta essa condição de ser.
Continuar a andar sem pernas, sem alma.
Estranha essa sensação de viver pela metade.
Incapaz.
Peito carregado de dor, olhos que chovem sem cessar.
Vidas póstumas inundadas de um contínuo fingimento.
No fim das contas, ninguém entende, mas pretendem que sim.
Ninguém supera, mas continuam a sorrir.

A estrada é longa. O sol é forte. Reflexos cegam. O suor escorre. A vida seca.

(Viviam Baddini)

Nenhum comentário: