sábado, 25 de janeiro de 2014

Quando chegar aos seus 20 e poucos anos...

Procuro entre cachos caídos e cordões rompidos proteção. Proteção aos seus dias de dor, aos seus prantos, que ainda não rolaram, aos corações partidos, aos inúmeros desejos interrompidos, vencidos pelo cansaço.

Anseio por um dia limpo, uma canção antiga no rádio e a sua companhia. A cabeça em meu colo, enquanto embalo uma canção de ninar. Dedos ásperos e calejados de tanto viver, enrugados pelo tempo, afinados com a frágil condição que a idade leva a ter.

Sinto sua pulsação no meu peito, seu respirar nas minhas narinas, seu sangue corre em minhas veias. Sorriso que ilumina, alimenta, dá vida aos dias cinzas de agonia.

Por você.

Uma existência dedicada a essa constante luta para entender que não o possuo, que não o posso guardar para sempre em uma caixinha, expelindo todos os problemas e crueldades, todos os medos e as dores que o mundo ainda o trará.

Meu mundo. O nosso.

Você.

Amor é palavra rara. Só compreende quem tem, a dor vem de brinde. O risco de perder é constante, mesmo sem nunca ter possuído. Amor é liberdade, é deixar ser, e ter, sem cortar as asas. É sentir a brisa e deixar fluir, como rio que corre em seu leito, seguro do caminho.

(Viviam Baddini)

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